Muito aguardado por uns e rejeitado por outros tantos, o verão pode ser sinônimo de férias e diversão, mas também de problemas e extremidades climáticas. E tão fortes quanto o calor, as chuvas da estação podem oferecer muitas dores de cabeça para síndicos e condôminos, caso não se preparem para esta época.
Para o gerente geral de condomínios da Apsa, Jean Carvalho, moradores e gestores devem se prevenir. “Se cada apartamento e cada área externa e de uso comum estiverem com a manutenção em dia, é pouco provável que haja problemas”, afirma.
Entre os itens que merecem a atenção do síndico está o sistema de captação e escoamento de águas pluviais. “O sistema deve funcionar, e a água, fluir, como se os canos e calhas fossem veias e artérias”, aconselha Jean Carvalho, que lista as partes que devem ser limpas e desobstruídas: calhas, condutores, caixas de passagem e de captação dos sistemas pluvial e de drenagem (que faz a captação da água do subsolo) e buzinotes (saídas do sistemas de drenagem dos muros).
O gerente regional da Apsa Valnei Ribeiro também atribui importância às portas sujeitas a “chuva de vento”, aos revestimentos das fachadas, às empenas e ao sistema de esgoto. “O síndico deve aconselhar, e os moradores têm que se conscientizar quanto aos cuidados com o esgoto, que, se entupido, pode haver transbordamento e refluxo para dentro do condomínio durante as chuvas”, alerta, ressaltando os transtornos e os gastos que decorreriam dessas situações caso não esteja tudo em ordem.
As tempestades de verão não costumam ser apenas as com maior volume hídrico, como também as que concentram mais raios, sobretudo num país tropical como o Brasil. Para evitar os perigos mortais trazidos por essas descargas elétricas, Valnei Ribeiro aponta os para-raios e as antenas de TV como peças chave. Os primeiros são fundamentais, mas precisam estar bem fixados para evitar que alguma parte caia durante a descarga, além de estarem com os três sistemas operando (captação, condução e aterramento). Já as antenas de televisão precisam estar ligadas aos para-raios, afinal, são peças metálicas no topo dos prédios e atraem raios.
As áreas verdes e abertas também demandam cuidados. Jean Carvalho qualifica os jardins como itens positivos para o condomínio. “Essas áreas tornam o solo permeável, algo cada vez mais raro nos grandes centros urbanos”, diz. Quanto às árvores, o síndico deve se atentar ao caule apodrecido ou corroído por cupins e à poda das folhas. Caso sua estrutura esteja recalcada, ela corre o risco de desabar com os fortes ventos.
Há responsabilidades que também são da alçada dos moradores, como a prevenção de infiltrações, por exemplo. “Fechar e vedar janelas é uma tarefa de cada condômino”, aponta Valnei Ribeiro. A umidade que entrar no prédio pode gerar bolor e afetar as estruturas. “A corrosão das armaduras e a perda da proteção passiva do concreto são abalos graves que podem vir a ocorrer se houverem esses descuidos”, alerta. Da parte do síndico cabe cuidar da impermeabilização de lajes, telhados e paredes com manutenção preventiva de tempos em tempos, seguindo as especificidades do material utilizado.
As chuvas de verão, sem dúvida, podem ocasionar diversos problemas. Porém, para condomínios equipados e síndicos engenhosos, todo esse aguaceiro pode ser aproveitado de alguma forma. “Com tonéis ou cisternas, pode-se armazenar a água e usá-la na limpeza das áreas de uso comum”, sugere Valnei Ribeiro. “Não é só ecologicamente correto: pode surgir daí uma economia na conta de água do condomínio”, diz.
Fonte: Apsa